quinta-feira, junho 17

A Rússia no século XXI

A Rússia pós-comunista está numa fase complicada de adaptação à democracia, embora os jovens estejam a adaptar-se melhor que as gerações mais antigas. Uma das alegações dos defensores desta transição é o maior acesso a bens de consumo que os mais jovens têm do que os seus antepassados teriam durante a era soviética. O país evoluiu de forma muito acelerada graças às políticas introduzidas que permitiram o fecho do fluxo importador e a venda do petróleo a baixo custo, deixando o país extremamente dependente da venda de recursos fósseis (o petróleo e o gás natural representam 80% das exportações), ao passo que na época na URSS era um país nitidatemente exportador de bens industriais.

Em 1996, Iéltsin foi reeleito, se pensa que tenha sido contratada uma empresa de publicidade política dos EUA para conseguir a vitória. Em 1998 é eleito sob influência directa de Iéltsin, Vladimir Putin, que actualmente é muito criticado, quer dentro da Rússia, quer fora dela, por falta de democracia e de liberdade de expressão. Os assassinatos de Anna Politkovskaia e de Alexander Litvinenko (a primeira com um tiro, o segundo através de Polónio-210) chocaram o mundo e levaram muitos analistas a pensarem na maneira como Putin tem considerado a liberdade de expressão. Contudo, Putin continua a ter uma grande popularidade na Rússia já que tem um apoio de 70% da população segundo uma sondagem recentemente feita.

Se por um lado, a população tem acesso a bens mais sofisticados, por outro a transição para o capitalismo tem vindo a baixar os indicadores sociais do país. O exemplo mais marcante desta baixa de indicadores é a expectativa de vida entre a população masculina, que vem sofrendo um forte declínio no país. Esse efeito é particularmente sentido nas áreas rurais, onde as populações locais, ou morrem aos poucos ou mudam-se para as cidades. De 1994 a 2004, a população da Rússia caiu de 149 milhões para 144 milhões de pessoas. Os russos também estão morrendo cada vez mais cedo, devido a problemas como alcoolismo e má alimentação, além de doenças como tuberculose e deficiências do sistema de saúde do país. Em 2004, a expectativa de vida média do homem russo era de 59 anos de idade